Prêmio Jabuti é uma premiação literária criada em 1959 pela Câmara Brasileira do Livro. É considerado o mais tradicional prêmio de literatura do Brasil.
A idealização do Jabuti foi de Edgard Cavalheiro, então presidente da CBL, tendo como principal objetivo premiar autores, editores, ilustradores, gráficos e livreiros que mais se destacassem a cada ano.
Três jurados, cuja identidade é mantida em segredo (inclusive entre eles) até a divulgação dos resultados, selecionam dez finalistas dentre os livros inscritos em cada categoria (sendo que, desde 2019, é definida inicialmente uma lista de 10 semifinalistas que, depois, são “reduzidos” para 5 finalistas). Os mesmos jurados definem os vencedores.
Até 1992, havia apenas um vencedor por categoria. Em 1993 e 1994, foram definidos até cinco vencedores em cada categoria. A partir de 1995, os três primeiros colocados passaram a ser considerados vencedores (as exceções foram de 2002 a 2005, quando o segundo e o terceiro colocados receberam o prêmio como “menção honrosa”). A partir de 2018, apenas o primeiro colocado voltou a ser considerado vencedor da categoria.
Em tese, não havia nenhuma proibição formal de que quadrinhos fossem inscritos em quaisquer categorias do Jabuti, desde que fossem pertinentes a elas. Mesmo assim, a primeira vez que uma HQ ganhou o Jabuti foi na edição de 2008, dentro da categoria de melhor livro didático e paradidático de Ensino Fundamental e Médio (no caso, foi uma adaptação para quadrinhos de O Alienista, feita pelos irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá).
Depois disso, os quadrinhos passaram a aparecer com uma certa frequência a partir de 2011, quando foi criada a categoria de melhor ilustração (até então, só existia uma categoria para melhor ilustração de livro infantil ou juvenil, na qual os quadrinhos não eram elegíveis). Já naquele ano, três HQs foram finalistas do prêmio nesta categoria.
A primeira citação formal aos quadrinhos no regulamento do Jabuti (fora da categoria de melhor ilustração) ocorreu em 2015, com a criação da categoria de melhor adaptação, que era voltada para livros que adaptassem obras anteriores e explicitava que quadrinhos poderiam ser inscritos. Contudo, ainda assim, isso limitava essa inscrição, obviamente, às adaptações.
Em 2017, um abaixo-assinado capitaneado por Wagner Willian, Ramon Vitral e Érico Assis, solicitava a criação de uma categoria específica para os quadrinhos. Foram mais de 2.100 assinaturas, incluindo quadrinistas consagrados como Laerte Coutinho, Marcelo D’Salete e Rafael Coutinho.
Embora a organização do Jabuti afirme que o abaixo-assinado não teve influência nessa decisão, no mesmo ano foi criada a categoria de melhor história em quadrinhos com três vencedores (como explicado anteriormente, em 2017 os três primeiros colocados eram considerados vencedores do prêmio).
Vale registrar que, a partir da criação de sua categoria específica, os quadrinhos passaram a ser formalmente proibidos de ser inscritos na categoria de melhor ilustração (embora ainda possam participar nas categorias de melhor capa, projeto gráfico, tradução, fomento à leitura e livro brasileiro publicado no exterior).
Para organizar melhor as informações na Quadrinhopédia, abaixo temos um link para os finalistas e vencedores na categoria específica de melhor história em quadrinhos (a partir de 2017) e para os quadrinhos que foram indicados ou venceram em quaisquer outras categorias (inclusive nas edições de 2017 em diante).
Também vale registrar que incluímos na listagem de “outras categorias” os livros teóricos cujo tema seja histórias em quadrinhos ou assuntos correlatos. Por essa mesma razão, há ainda um link específico para o Prêmio Jabuti Acadêmico, uma premiação “derivada” do Jabuti criada em 2024 e destinada a laurear obras científicas, técnicas e profissionais (e, portanto, podem eventualmente ter livros que versem sobre quadrinhos).
Categoria de melhor história em quadrinhos
Quadrinhos em outras categorias
Referências externas:
Site oficial
Wikipédia
Última atualização:
10 de outubro de 2024